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Congresso Brasileiro de Microbiologia 2023
Resumo: 888-2

888-2

ESTUDO RETROSPECTIVO DOS PRINCIPAIS MICRORGANISMOS ISOLADOS DE INFECÇÕES BACTERIANAS BOVINA NA REGIÃO SERRANA DE SANTA CATARINA

Autores:
Laura Steinck Matos (UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA) ; Fernanda Cristina Schutz Gislon (UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA) ; Giovanna Geraldi Jorgi (UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA) ; Roberta Farias Veiga (UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA) ; Sandra Maria Ferraz (UDESC - UNIVERSIDADE DO ESTADO DE SANTA CATARINA)

Resumo:
O estado de Santa Catarina se encontra como o quarto maior produtor de leite do Brasil, apresentando uma produção de 3 bilhões de litros de leite ao ano, com receita aproximada de 3,92 bilhões de reais e fornecendo emprego e sustento para mais de 70 mil famílias, demonstrando a sua importância tanto econômica quanto social para o estado. Algumas das causas mais comuns de perda econômica observada na cadeia leiteira estão relacionadas a infecções bacterianas, pois estas desencadeiam perda de produtividade, diminuição de produção e aumento de custos com tratamentos. Com isso, o objetivo desse estudo foi caracterizar os principais microrganismos causando infecções bacterianas em bovinos e sua representatividade na região serrana de Santa Catarina. Os dados analisados foram extraídos de laudos de análises microbiológicas originados do Centro de Diagnóstico Microbiológico Animal (CEDIMA), da Universidade do Estado de Santa Catarina (CAV-UDESC) entre os anos de 2015 e 2019. Nesse período, foram analisadas um total de 864 amostras, sendo subdivididas em análises de leite e outros materiais (swabs, fezes, órgãos e fluídos corporais), que representaram 92 % (n = 795) e 8% (n = 69), respectivamente. Dentre os microrganismos isolados de animais com mastite, 46,2% (n = 368) pertenceram ao gênero Staphylococcus spp., sendo S. aureus (163/368), S. coagulase negativa (113/368) e S. intemedius (34/368) os mais comumente isolados. O segundo gênero mais isolado foi o Streptococcus spp. (28,3% - n = 225), com S. agalactiae (90/225); S. dysgalactiae (58/225) e S. bovis (21/225). Dentre as bactérias caracterizadas como Gram negativas, foram determinadas 65 amostras (17,6%), sendo majoritariamente encontrados os gêneros Serratia spp. (12/65), Klebsiella spp. (10/65), além de Acinetobacter baumannii (10/65). Dentro da subdivisão de outros materiais, bactérias Gram negativas foram as mais encontradas (62,3% - n=43), possuindo como principal representante a Escherichia coli (30,4% - n=21), acompanhado pelo gênero Streptococcus spp. (10,1% - n= 7) e Pseudomonas spp. (7,2% - n= 5). A mastite é uma enfermidade multifatorial, desencadeada principalmente por bactérias. Segundo literatura, os principais agentes desencadeantes são Staphylococcus aureus e Streptococcus agalatiae, agentes contagiosos que originam quadros clínicos e subclinicos, obtendo boas respostas ao tratamento com antimicrobianos. Os gêneros Klebsiella spp. e Serratia spp são associados a quadros de doença ambiental, obtendo pouca resposta a antibioticoterapia. O microrganismo Acinetobacter baumannii não é comumente isolado em casos de mastite, sendo considerada uma bactéria multirresistente. A partir da análise realizada, foi possível determinar os representantes microbiológicos mais encontrados em amostras da espécie bovina dentro da região serrana do estado catarinense, destacando como os principais causadores de mastites, as bactérias dos gêneros Staphylococcus spp. e Streptococcus spp., corroborando com outros estudos. Além disso, foi identificado presença de bactérias com potencial multirresistente, aspecto de grande importância em saúde única, pois afeta tanto a saúde animal quanto a humana. Em relação aos principais agentes desencadeadores de outras enfermidades nesta espécie animal, pode-se identificar a bactéria E. coli, e os gêneros Streptococcus spp. e Pseudomonas spp., sobretudo associados ao trato gastrointestinal e respiratório.

Palavras-chave:
 BACTÉRIAS, LEITE, Gam-positivo, Gram-negativo, CULTURA BACTERIOLÓGICA